sexta-feira, 20 de maio de 2016

a rima

por enquanto sou nada. não mais te confio meus segredos mais estranhos e minhas dores mais profundas. não posso confiar no brilho de teus olhos e na paz que tua respiração me traz. a mentira é tua amiga íntima e troca de roupa ao teu lado, enquanto me diz que é bela a sensação de viver assim. como confiar na paixão que descarrega em olhares, desejos, vontades, orgasmos, possibilidades? confiei em ti e mentiste mais uma vez, caro. a dor é minha, mais que minha, a dor é nossa. dói como o arpão atravessando todo um corpo, dói como uma explosão. dói. tu me causaste tanta dor e simplesmente sem motivo algum acha que está tudo bem. como diriam os coloquialismos do dia a dia, fui feito de trouxa. uma trouxa frágil, que rasga no primeiro vento para sentir que a realidade não é um conto de fadas. mas tem uma coisa que está inscrita em mim, e cintila repetidamente como as estrelas no céu claro do pacífico, que grita em tom mais alto tentando calar a revolta da verdade que toma conta de mim, que bate em minhas costas me empurrando de novo, de novo, e de novo até ti, ó pesadelo que se disfarçou de sonho para me envolver em ilusões macias e confortantes. é amor, é amor que eu não entendo. é amor que em seu clichê maior, rima com dor. será o destino de quem ama, sentir dor?





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