quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

o canto

Eu poderia dizer que estou definhando no fundo de um poço e clamando para ser resgatado, mas não quero fazer isso. Não quero me render a mais uma expressão que entra na boca das pessoas quando veem alguém jogado no canto sozinho. Só quero sair daqui, do canto, e ter noção de que o mundo lá fora me pertence também, faz parte de mim da mesma forma que faz parte de outras bilhões de pessoas. Mas não está dando certo. O pedaço de mundo com qual eu insisto em fazer parte não parece mais meu, e se ainda me pertence eu não sei onde coloquei. Será que deixei no fundo da gaveta do esquecimento, ou será que sou eu que estou lá?
Na verdade eu não sei. Talvez esqueci as chaves em algum lugar inexplorável no espaço e no tempo, somente no sentimento, esse que chama angústia e dá um aperto danado no coração. Por aqui eu vou ficando, com medo de sair.