domingo, 20 de julho de 2014

longe, mas perto

O amigo estava inconformado com aquilo. Com tanta gente perto, alguém de tão longe?
"Para que você foi até lá? É tão longe!"
Respirou, lembrou do dia que descobriu o que sentia, e respondeu, com calma, porque era a coisa que mais valia a pena dizer.
"Ele é desses que qualquer um quer olhar nos olhos e confiar em cada palavra que diz. Desses que você sabe que vai poder contar em todos os momentos bons, ruins e indiferentes. Ele é desses que você pode nunca saber o que está fazendo, mas que você pode confiar, porque ele é sincero, porque ele te abraça sem você pedir, e se você pedir, vai te dar o melhor abraço do mundo. Ele é desses que passa batido, se você não conhece, mas se você ganhar um 'oi', ele ganha seu coração. Ele não sabe os seus desejos, mas os realiza, memo que não seja da forma que você esperava, mesmo que te chateie, e de repente você só vai querer estar com ele, em qualquer lugar, fazendo qualquer coisa. E a distância, essa que você queria tanto superar, vai ser minimizada quando, do nada, ele der sinal de vida, e lembrar você que ele está lá, sempre, sendo essa pessoa impossível de esquecer. Não dá nem para querer esquecê-lo. É por isso que eu fui até lá, até ele, porque por causa dele, qualquer um que realmente perceba o quanto ele é uma pessoa maravilhosa, iria a qualquer canto desse universo"


quinta-feira, 17 de julho de 2014

sinopse

Era um jovem normal.
Dormia, acordava, ia para a faculdade e tinha seus anseios, suas expectativas, seus pequenos mundos dentro da cabeça. Tinha alguém para chamar de seu, e um bando de gente para dizer oi. E só.
Mas...
A faculdade não era mais aquele sonho de aluno de ensino médio, o alguém para chamar de seu já merecia outro alguém melhor para pertencer. As pessoas para dizer oi, bem, são complicadas demais e às vezes é melhor fingir que não existem, ou dar um baita de um abraço. Dormir e acordar bem eram artigos de luxo, e raros.
E uma dessas pessoas para dizer oi, disse oi e também falou um vem comigo, desses que deixam a gente empolgado. E ele foi.
"Olha só, mais pessoas para dizer oi!"
De todo aquele bando de gente nova, saiu um que se juntou a outro, que já era meio que parte das pessoas que diziam oi. E eles se viam juntos, aquele grupinho. Mas nessas entradas e saídas, ele não se contentou com um cumprimento. Se aproximou daquele novo, se aproximou muito, e eles jogaram as mãos para cima brincando com os dedos, como dois que não querem pensar em mais nada.
Ele não era mais um jovem normal.
Não conseguia mais chamar aquele que era seu de seu. Não conseguia dizer oi para o que brincou com suas mãos, porque não era apenas um oi. E o que brincou com as mãos, de repente, percebeu que o que mais queria era dizer mais do que um oi, e agora tudo fazia sentido.
E eles se sentiram culpados, tentaram escapar, mas havia uma coisa ali que fazia os corações baterem mais forte pelo do outro, como se o tempo tivesse conspirado para que quisessem, mais e mais, estar juntos.
E depois dessa sinopse, eles querem construir.
Bom, não dá pra dizer se o final é feliz ou não, ou quantos ois serão ditos até a última página. Mas basta viver cada página como se fosse um final feliz.


terça-feira, 8 de julho de 2014

das mãos brincando no ar

Liga o som mais uma vez. Faz tocar aquela música que faz lembrar aquela pessoa. Se joga no sofá da sala e se abraça, sentindo a força dos braços de quem não fazia questão de se manter o mínimo longe. Passa a mão pelo próprio rosto e sente a mão daquele que se tornou único acariciando cada centímetro de sua pele enquanto se arrepia quando lembra dos beijos simples, e dos beijos ousados. Das mãos brincando pelo ar e do cabelo bagunçado não tem como escapar. 
Coloca os pés no chão e se lembra do olhar que ficava fixo em si, e chamava para se aproximar, e para sentir mais uma vez. Concentra-se em sentir a pele, sentir o coração bater, sentir os olhos nos olhos e o fôlego se perdendo nos momentos juntos como se não houvesse diferença entre dois que se descobriram dando tão certo, que parecem ter a mesma alma, saída de mães diferentes. E o abraço apertado e inesperado, naquela noite em que tiveram de lembrar que a realidade era maior e tinham que enfrentá-la. 
Mas foi a própria realidade, brincalhona com as coisas que a gente sente, que parece querer conspirar, colocar os pensamentos juntos, fazer com que os sorrisos involuntários se tornassem um resultado, aqui e ali, de uma presença que precisava existir, sempre que pudesse. E nesse caso, bem que deveria poder o tempo todo.
Esquece o resto do mundo, enquanto está junto a ele. E sonha em estar de novo, e sorri ao se lembrar do rosto, aquele que faz lembrar que sim, existem pessoas com quem vale a pena estar o tempo todo.