domingo, 28 de abril de 2013

sobre esquecer

Dizem que quando não se procura mais ver é que se esqueceu
Mas é aquela coisa escapada, doída, escarrada do passado que vem a tona
E seria fácil pedir: "me deixar ver a foto, só uma vez que seja".
Poderia o outro entender?

quinta-feira, 18 de abril de 2013

"e você esteve aqui, sol radiante"

E todas as coisas que foram ditas não serviram para nada. Só desperdiçaram receptores auditivos que não voltam mais. Dispensaram momentos que poderiam ser silenciados com sorrisos. Fizeram dias menos proveitosos. Mas a chuva parou, "e você está aqui, sol radiante".
E agora eu creio que as coisas podem ser melhores. Que os sons que saem da boca saiam sem medo de fazer o bem. Que os sorrisos serão compartilhados, e os olhares trocados. Correspondidos. Beijos, carinhos, abraços. Porque a chuva já cessou, "e você está aqui, sol radiante".
E brilha com toda a força, trazendo a vontade de viver, e de se esconder. Como se seu brilho fosse tão maravilhoso que cansasse. Mas cansa. Cansa de ser feliz, mas quer ser mais feliz, e aí chove. A chuva para mas mesmo a chuva é sorridente. Já não é mais triste, "e você está aqui, sol radiante".
E gritam. Cada qual com seu que se sente melhor. Preconceito já não é existente, nem a raiva. Os passos andam largos, como se não houvesse fim do caminho. O caminho da vida termina na morte, e esse fim não é conhecido. Porque quando ele chega, então poderemos dizer: "e você está aqui, sol radiante".

sábado, 6 de abril de 2013

esperança

E lá está o olhar mais profundo impregnado em seus olhos depois de tanto tempo. A angústia de ser o que não poderia ser. De levar a vida como ela não poderia ser levada. De não fazer gosto aos que conviveram desde o nascimento. E chora levemente no canto de seu quarto, no escuro, com os braços em volta das pernas. Sem esperança, sem saber o que o futuro reserva.
E corre...
Mas agora deita na grama, estira-se num momento de solidão. 
Mas agora o ar venta em seu rosto, voa como a liberdade. E olha para os pássaros que voam sobre sua cabeça, e, nem que seja aquele momento, deixam-no lindo. 
E os pensamentos pediam calma, tranquilidade. 
Ah, a calmaria... 
O choro de esperança pode tomar o lugar do choro de desespero agora.
As lágrimas caem sobre a terra gramada, as mãos pousam sobre ela.
Um sorriso? Acho que vi...
Só o falta agora desistir da faca pressionada contra os pulsos