quinta-feira, 14 de novembro de 2013

sobre abraçar

Abra a porta de casa, o vento pode estar lá, sendo o resultado do voo da borboleta que inocentemente saiu do casulo no Vietnã. Mas se ele não estiver, não se assuste, ele não é desses que aparecem quando simplesmente querem, a não ser que seja necessário. Porque ele pode querer bagunçar seus cabelos, para você correr ao espelho e ver como ficou, e quem sabe dar uma risada, dessas que a gente sente falta quando o dia não foi nada bom. Porque ele pode trazer aquele calafrio bom, para aquela vontade de um abraço subir à cabeça mais rápido que o gole de bebida na festa da noite anterior, que te fez sorrir mais do que pensava em toda a vida, e então te fazer deitar, só e consigo mesmo imaginar o mais caloroso dos abraços. Não, não precisa de ser por causa do vento, pode ser ali, no cantinho da rua, um bom desejo de felicidade, ou quem sabe embaixo da chuva forte. O vento é um pretexto, ele não precisa fazer você querer um abraço, e este sim, quando você menos espera ele te pega de surpresa, e mesmo sem intenção, te marca de novo.